quarta-feira, 6 de maio de 2015

TUDO QUE VOCÊ PRECISA SABER SOBRE SUA BOTA DE TREKKING, E NINGUÉM NUNCA TE CONTOU...



A escolha do calçado ideal é uma composição delicada, especialmente no Brasil. Além dos fatores óbvios relacionados com o tipo de trekking praticado, terreno, clima e características pessoais, a escolha passa também pela disponibilidade de mercado (nunca pelo preço, por favor. O barato pode sair caro!).
Uma vez terminada a pesquisa com as marcas e modelos disponíveis, é necessário pensar em ajustes individuais que adaptem o calçado aos seus pés. Trocar as palmilhas pode ser o primeiro passo. Palmilhas mais espessas podem ocupar espaços livres dentro de um calçado um pouco folgado nos pés, eliminando áreas de atrito, oferecendo mais estabilidade. Suportes de calcanhar podem dar mais conforto localizado e são recomendados para problemas específicos. Formas de expansão, encontradas em sapatarias, podem ganhar alguns milímetros laterais que de outra forma seriam expandidas com o uso, com o atrito com os pés. Mudar a amarração às vezes transforma o calçado.
AMARRAÇÃO DOS CADARÇOS DA BOTA
A amarração cruzada, em que os cadarços se cruzam depois de passados em todos os ilhoses ou passadores, é o mais eficiente pois permite ajuste preciso a cada cruzamento. Tão importante quanto amarrar corretamente os calçados de trekking é esconder “a sobra” de cadarço ao final da amarração.
Dar uma ou duas voltas no tornozelo, sem apertar muito, terminando em um laço duplo é recomendável. Há quem prefira enfiar as pontas e os laços dos cadarços para dentro das botas ou passar tudo por dentro dos cruzamentos do cadarço no peito do pé. Cuidado para não criar atrito com os tornozelos, se essa for sua preferência.
AMACIANDO CALÇADOS NOVOS
Botas de couro precisam ser amaciadas. Quanto mais pesadas e robustas, mais tempo demoram para amaciar. A técnica é simples: uso regular. Usar botas novas em casa, caminhar com elas até o trabalho, a escola, fazer caminhadas curtas de lazer antes do primeiro roteiro de trekking são recomendações básicas. Nunca faça trekking seja de um dia ou um mês, com um par de calçados recém-saídos da loja. Digamos apenas que irá se arrepender muito ao final.
MANUTENÇÃO E CUIDADOS COM AS BOTAS
Calçados de couro pedem cuidados especiais. Existem ceras, geralmente à base de lanolina (gordura extraída de lã de carneiros), que hidratam e amaciam o couro, aumentam sua impermeabilidade e durabilidade.
Todos os calçados devem ser guardados em lugar arejado e seco. Jamais os guarde molhados e úmidos. Deixe-os secar à sombra. Lave-os com sabão neutro e uma escova de cerdas não muito rígidas ou mesmo sem sabão.
CONSERTOS
Um rolo de Silvetape faz milagres na trilha (nosso brother que o diga). Cadarços extras pesam quase nada, podem ser úteis em mil e uma funções antes de servirem ao fim a que se destinam (como varal, fixação de objetos em mochilas, esticadores de barracas, etc).
SÍNDROME DAS UNHAS PRETAS
Voltar de um roteiro de trekking com as unhas dos pés roxas é bastante comum e resulta da pressão das pontas dos pés contra os calçados, geralmente em descidas longas e íngremes. Para evitar esse problema, escolha calçados adequados, (tanto para seus pés quanto para o tipo de trekking escolhido). Não existe um único calçado para todo tipo de trekking, todo tipo de terreno, clima, distâncias, etc. Se você usar dois pares de meia, deve haver espaço para elas (e seus pés) dentro do calçado sem que os dedos dos pés fiquem espremidos.
Outra dica importante é apertar os cadarços das botas da ponta do pé para o cano da bota. Em descidas, a parte da ponta dos pés das botas deve estar bem apertada, para evitar que os pés escorreguem para frente e se choquem contra suas pontas.
Ao provar um par de calçados de trekking em uma loja (ou se vai comprar pela internet tente achar uma loja que venda a bota igual/similar e vá lá experimentar de boa), vista as meias que serão usadas com ele. Experimente os dois pés dos calçados. Nossos pés não são idênticos e simétricos. Ao calçar cada pé, com as meias, enfie o dedo indicador logo atrás do calcanhar, verticalmente. Seu dedo deve entrar sem que os dedos dos pés sejam espremidos contra o bico do calçado. Faça isso nos dois pés. Esse espaço extra é o necessário para seus pés se moverem para frente e para trás, sem subidas e descidas sem machucar os dedos.

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